“Quantas mortes uma mulher já enfrentou para continuar viva? O quanto de dor uma mulher é capaz de suportar e se manter de pé?”
- Patricia Egerland Bueno
- 17 de mar.
- 1 min de leitura
Há um tempo, li o romance Primeiro Eu Tive que Morrer, de Lorena Portela. Trata-se da história de uma mulher, que trabalha com publicidade e propaganda, e que enfrenta alguns problemas em sua vida, principalmente em relação ao trabalho - o que hoje talvez seria visto como um bournout.
Em suas férias “forçadas”, cujo objetivo é descansar e cuidar de sua saúde, a personagem acaba se deparando com questões importantes sobre si mesma, que sequer imaginava estarem ali presentes. A vida no automático tem dessas.
A frase inicial deste post (página 126 do livro) me chamou a atenção e, por dias, pensei nela. Ou melhor, sobre as mortes enfrentadas ao longo da vida.
Morte aqui não só como a morte física, mas também como a perda simbólica e imaginária. Perda de uma ideia sobre si, daquilo que se pensava que era, que poderia ser, daquilo que queria ou então do que assombrava, paralisava. Perda de uma idealização do outro, do futuro e até mesmo do passado…
Penso que em uma análise é também disso que se trata. Reconhecer essas perdas, elaborá-las, ressignificá-las, mas não só. Reconhecer também o que é preciso deixar ir, se desfazer. Seguindo as perguntas da personagem do livro: o que é preciso deixar morrer para que, então, algo novo possa (re)nascer?

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